Uma palestra sobre ética - Dia Mundial da Filosofia
11:57
Nós adoramos falar que
queríamos que o mundo fosse mais ético, que houvessem mais pessoas
justas, ou que a beleza estivesse mais presente. Mas o que significam
esses conceitos? Nem sempre sabemos descrever. Então como saberemos
que o mundo está mais ético, justo e bonito, se não temos como definir essas virtudes? É preciso conhecer o
que é bom para saber aplicar. Está aí o papel da filosofia.
Entender tudo isso e reproduzir esse pensamento porque sabe que é o
melhor, não apenas para ser bem-visto ou algo de gênero.
Não devemos ser éticos
porque temos medo de ser punidos. Não devemos ser éticos porque é
algo valorizado e fica bem para nós sermos visto agindo de tal
maneira. Não devemos ser éticos por simples convenção social. A
ética nasce do respeito a você mesmo, portanto devemos ser éticos
porque somos humanos e valorizamos isso. Afinal, se for apenas por
medo da punição, do julgamento alheio ou de não cumprir alguma
regra, o que faríamos se simplesmente não pudéssemos ser vistos? E
se tivéssemos o poder de ficar invisíveis? Até onde iria a nossa
ética? Deixaríamos de fazer o que é certo porque agora cremos ter
a liberdade de fazer o que quiser? Pensando dessa forma, ser ético é
apenas um dever que temos perante a sociedade. Mas se tivermos a
consciência de que é algo muito além disso, que passa por
nossa dignidade, sem ter nada a ver com outros, entendemos que nossa
ética não deve se abalar sob nenhuma circunstância.
E afinal, o que é ética?
Eu gostei muito do que o palestrante falou ontem. Ele disse que todas
as coisas na natureza buscam a sua origem. Tudo tende a voltar para o
seu estado inicial e de equilíbrio. Assim somos nós. Se você
perguntar a qualquer ser humano, todos responderão, a sua maneira, que
desejam ao seu redor apenas o amor, a paz, a beleza e a justiça,
pois essa é a nossa essência. Ser ético é remeter a nossa
origem. E mais, é ser livre. Descobri que a liberdade não é poder
fazer o que quiser, mas é ter o poder de escolher entre o que é
certo e o que é errado, e escolher o que é melhor. Ser ético é
tomar as decisões que trarão o bem-estar interior e para todos ao
seu redor. E fazer isso não por dever, mas por reconhecimento. Por
valor a sua essência e a essência do próximo. Por respeito. Por ser humano.
Ainda sobre o que o
palestrante falou, dando um de seus exemplos, existe a seguinte
situação: você tem a opção de escolher entre duas pessoas para
ter em sua vida, uma que é super bem-humorada, bonita, saudável,
rica, carismática, divertida, inteligente, mas terrivelmente
mau-caráter, e outra fraquinha, doentinha, não tão inteligente,
apática, porém com um grande coração e que te ajudaria em
qualquer situação, mesmo que, enfim, essa pessoa não consiga fazer
nada. Qual você escolheria? Bom, eu responderia a segunda. Não
suportaria o estresse de viver o tempo inteiro na expectativa de que
aquela pessoa ótima fosse me trair, mas sentiria alívio em saber
que estava cercada de bondade. E mesmo que sua resposta não seja
essa, a sua sede pelo belo, pelo bom, deve se expressar de alguma
outra forma, porque é isso que nós somos.
O problema muitas vezes é
que estamos sempre querendo preencher nosso vazio existencial com
outras coisas que não são verdadeiras. A peça que teve ao final da
palestra, depois de duas belas apresentações musicais, tratou
justamente desse tema. Foi muito engraçada, mas também deixou
muitas questões abertas para se refletir. Sobre encontrar a nós
mesmos e achar o que nos preenche. Sobre como tentamos fazer esse
processo de fora para dentro e como isso é ineficaz. Sobre todas as
futilidades que nos cercam e como nós engolimos isso. Foi maravilhoso.
Não falei nem metade de
tudo que descobri hoje, nem devo saber de 1% de tudo o que eu poderia
aprender, mas espero ter conseguido passar uma mensagem legal nesse
post e incentivado ao menos um pouquinho o gosto de alguém pelo
conhecimento. Agradeço imensamente a Nova Acrópole pela
experiência, a Bárbara por insistir para que eu fosse a esse evento
e a Talita por ter me acompanhado. Queria muito fazer o curso, mas o
tempo é meu inimigo e está muito difícil encontrar espaço na
minha agenda… Mas, bom, isso é assunto para outro post. Agora só
posso garantir uma coisa: que ano que vem apreciarei esse evento de
novo, e que escrevei mais um post profundamente inspirada também.
Até lá.
0 comentários