Como perder peso antes do natal!
13:26
Primeiro, devo dizer que tenho trabalhado nessa dieta desde 2015, quando comecei a terapia. Não tem sido fácil, porém, tenho notado resultados maravilhosos, os quais me fazem seguir tentando. Em segundo lugar, sinto decepciona-los, mas não se trata de perda de massa corporal. O peso perdido por mim, ao longo desses anos, não está relacionado à minha barriguinha extravagante ou à porcentagem de gordura do meu corpo. Falo do peso que a gente carrega nas costas simplesmente por existir.
Sou encucada com essa mania de querer emagrecer desde os 12
anos, aproximadamente. Na época, eu me achava o maior ser humano habitante do
planeta Terra e sentia muita vergonha de mim mesma. Passei o ensino fundamental
inteiro andando com um casaco na frente do corpo, para me esconder. Eu não
tinha coragem de deixar que as pessoas descobrissem meu peso... aposto que não
era mais que 52kg. Achava que ninguém gostaria de ficar perto de mim por isso,
que eu não era merecedora de afeto por ter uma barriga saliente e que só seria
feliz no dia que fosse perfeitamente magra. Quando olho minhas fotos da época, sinto
pena de mim por tudo que deixei de aproveitar por causa daquele pensamento. Ainda que tenha me conscientizado sobre gordofobia e obsessão pela magreza, eu era capaz apenas de aconselhar os outros, não a mim mesma. Segui me culpando por muito tempo.
Vivo hoje o meu peso máximo. Tenho 64kg e, ainda que eu não esteja 100% livre desse ciclo de pensamentos autodestrutivos, é a época na
qual me encontro mais tranquila. Estou beirando o sobrepeso – minha altura é
1,61m – e isso não é muito bom, mas eu como muito bem e me exercito várias
vezes por semana, mostrando que o parâmetro do IMC é apenas UM entre MUITOS. Meu
namorado (que, aos 14 anos, eu acreditava que não teria caso não emagrecesse)
acha meu corpo lindo, corretamente, pois ele é mesmo. Não estou cabendo na maiorias dos meus shorts no momento, mas esse é um "problema" para resolver
depois: estou muito ocupada
fazendo coisas incríveis agora.
Engordei uns 10kg em 2017 por uma série de motivos. Anticoncepcional,
rotina pesada conciliando IFRN e ENEM, estresse, falta de exercícios físicos,
muito chocolate para aguentar as aulas diárias no cursinho, a viagem que fiz no
final do ano passado... tudo isso contribuiu para o meu ganho de massa. Por algum
tempo, senti-me infeliz por isso, mas percebi que o ganho de peso foi o mínimo
comparado aos outros ganhos pessoais que obtive esse ano. O anticoncepcional,
apesar de eu ter decidido deixar, foi uma experiência interessante de
autoconhecimento e valorização da minha saúde. Sobre o IFRN, bom, eu estou me
formando agora! Ainda que eu não passe no ENEM, sei que lutei muito por
isso, e os chocolates que eu comia durante as aulas foram fundamentais para me
manter acordada sob efeito de açúcar nas aulas de física – me permitindo
entender ao menos um pouquinho dessa matéria de satanás. E a viagem... caramba,
eu passei duas semanas na Europa, como eu iria conhecer um país novo sem apreciar
a culinária local?
O estresse psíquico também influenciou muito, mas me
repreender por isso agora só me faz ficar muito pior. Eu não preciso colocar
mais esse peso sobre as minhas costas, a hora é de retirar. Essa é minha última
semana de aula no IFRN... o peso do ensino médio está indo embora, vou ter férias
de verdade até fevereiro. Porque não aproveitar esse período o mais leve
possível?
Desejo me livrar do peso de não ser magra como as blogueiras do Instagram, de
não atender a todas as expectativas que deposito sobre mim, de me importar com
o que os outros pensam a meu respeito, de SER quem eu sou, sem culpa alguma.
Quero ir à praia, usar meus biquínis que ficaram guardados
no armário enquanto eu passava os domingos estudando para o ENEM ou fazendo
algum trabalho do curso. Quero sair para correr, sem pensar nas calorias, só porque adoro ultrapassar os limites do meu corpo – positivamente falando. Quero fazer dieta
de tudo que é tóxico para mim, desde laticínios (intolerância a lactose feelings) até
o hábito de olhar o "explorar" do Instragam. Quero tirar muitas
fotos minhas, algo que adoro, mas nunca me permiti por odiar tanto meu próprio
corpo. E quero inspirar muitas pessoas a fazerem o mesmo, porque não quero
nunca mais que ninguém conte as calorias da sua felicidade por causa de um
número na balança.

2 comentários
Reprodução com leve modificações de uma frase de Jorge que eu gosto bastante: "Uma pessoa sem barriga, é uma pessoa sem história"
ResponderExcluirEu acredito que ninguém deva ficar pensando em calorias ou o quanto de gordura há em seu corpo ou mesmo ficar triste por estar comendo (a melhor coisa pra se fazer nesse mundo).
Ser feliz não é buscar o que os outros querem ou o que você acha que é melhor pra você por pensamentos da sociedade, mas sim, buscar aquilo que você realmente quer.
adoro esse menino comentador
Excluire adoro as frases do filósofo jorge hahaha
realmente, os momentos mais marcantes das nossas vidas costumam estar associados a comida, o que não é de surpreender