Todo mundo se aceita, menos eu
12:58Acompanho o conteúdo da @obviousagency há alguns meses, mas vinha procrastinando a experiência de ouvir o podcast. Finalmente cumprindo essa tarefa, confesso não ter aproveitado muito (talvez a personalidade da apresentadora não tenha cativado a minha) porém o episódio dessa semana me trouxe a reflexão: eu sou a única que ainda não se aceita? Por que é tão difícil assumir a vulnerabilidade de se sentir sem valor numa sociedade que constantemente nos induz a esse sentimento?
Em um primeiro momento, sinto que é vergonhoso, sim, ao ter consciência dessa estrutura, ainda se submeter a ela, quase como se eu fosse conivente. Então entendo que não estou enxergando amplamente o problema. É claro que, ao ter conhecimento sobre as pressões estéticas a qual somos submetidas, torna-se viável questioná-las e tomar caminhos divergentes. No entanto, imersas nessa lógica, é quase impossível contornar sua influencia individualmente, porque se trata de um problema estrutural. Entendo, assim, que eu sozinha não vou conseguir me livrar totalmente dessa pressão - pelo contrário, devo abraçar essa fragilidade, acolher minhas inseguranças e dissolver a culpa por um processo tão difícil de evitar.
Afinal, não podemos colocar mais esse peso sobre nós. Não somos perfeitas. Não precisamos ser a super mulher empoderada o tempo todo. Nem faz sentido julgarmos a si e as nossas amigas que não conseguem se livrar de certas amarras. É desgastante ser fiel a si, contrariar a vontade do mundo. Mas também é exaustivo tentar atender as suas - inalcançáveis - exigências. A diferença é que o esforço por si, ao final, acaba gerando maior satisfação e estabilidade (nossa essencial é sólida e verdadeira, já as tendências, mudam a cada estação). Por isso, eu rogo: tenhamos garra para combater aquilo que nos oprime e coragem para acolher nossa fragilidade.
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